segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Autodefinição - por Niemeyer


Claro que as obras de Oscar Niemeyer não seriam produzidas com tamanha criatividade, riqueza e encantamento, não tivesse ele extrema sensibilidade, que tinha na arquitetura seu principal veículo, mas não se esgotava nela.  Confiram no poema abaixo!
Na folha branca de papel faço o meu risco.
Retas e curvas entrelaçadas.
E prossigo atento e tudo arrisco 
na procura das formas desejadas.

São templos e palácios soltos pelo ar, 
pássaros alados, o que você quiser.
Mas se os olhar um pouco devagar, 
encontrará, em todos, os encantos da mulher.

Deixo de lado o sonho que sonhava.
A miséria do mundo me revolta.
Quero pouco, muito pouco, quase nada.

A arquitetura que faço não importa.
O que eu quero é a pobreza superada,
a vida mais feliz, a pátria mais amada.

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