Segundo relatório do Movimento "Todos pela educação", divulgado no Jornal O Globo do dia 7 de março último, de cada dez alunos que saem do ensino médio, nove apresentam rendimento insatisfatório em Matemática...
A quem tal estatística diz respeito? Aos professores de Matemática? Aos diretores e coordenadores de escolas de ensino médio? Aos jovens? Aos seus pais? Às universidades que recebem/receberão esses jovens? Ao mercado de trabalho que vai recebê-los agora ou pouco mais adiante?
Em 2022 nossa nação comemorará 200 anos da Proclamação de sua Independência. O Todos pela Educação, formado por educadores, gestores educacionais, organizações sociais, empresário, pesquisadores, estabeleceu (em 2006) que, até 2022, "toda criança e jovem de 4 a 17 anos deverá estar na Escola; toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; todo aluno deverá estar com aprendizado adequado ao seu ano; todo jovem terá o ensino médio concluído até os 19 anos; e o investimento em Educação terá sido ampliado".
Conseguiremos, em dez anos, incluir esses nove alunos???
Se conseguiremos - ou nos esforçaremos para - sobre quais ombros cairá esta tarefa? Quem tomará para si esta responsabilidade? Os atores elencados acima? Outros? Quais?
Há quase duzentos anos repetimos: "brava gente brasileira, longe vá temor servil". Que caminhos estamos percorrendo para afastar o temor ou a servidão? Tarefa não somente de professores, mas de toda a sociedade brasileira.
Particularmente penso que é terrível ainda discutirmos o que parece tão óbvio. Coisas como: educação ser slogan de políticos, espertos em se eleger e mais ainda em se manter no poder e beneficiar seus apadrinhados. Até quando?? Quase 200 anos de "independência", mais de 100 de república e aqui estamos nós: falhamos na base, na educação... e depois nos admiramos de ouvirmos políticos relatarem que "a sessão do Congresso contrariou as normas da Casa...", como ouvimos nessa última semana sobre a votação que derrubou os vetos de Dilma à lei dos royalties.
Tudo isso por conta de os alunos não aprenderem Matemática, em sua maioria? Claro que não. Costumo dizer para meus alunos e meus filhos: você não tem que gostar de Matemática, nem ser "o tal" nela, mas precisar aprender o mínimo exigido em sua formação geral, isso você precisa. E quanto antes. Pra caminhar na sua formação. Pra afastar o temor, a servidão... Um aluno que sai do ensino médio com um certificado de conclusão e pouco conhecimento, recebeu do sistema escolar um "papel sujo". Isso está longe de inclusão. É exclusão. E das mais perversas. Porque mente, engana, subverte.
"Ou ficar a pátria livre..." continua o hino da Independência. Que queremos ver na prática. A pátria livre. Das mentiras, dos embustes, do faz de conta. Faz de conta que aprende, faz de conta que ensina, faz de conta que inclui, faz de conta que paga, faz de conta que é independente, faz de conta que é destemido. Já saímos da infância do "descobrimento", da colonização. Tá bom de faz de contas... Chega, né não?
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