sábado, 2 de novembro de 2013

Drummond - centenário, mágico, singular

Olá, todos (as) que estejam de visita por aqui...

Passados dois dias da data de aniversário do nascimento do grande Drummond (31/10), faço esta postagem, retardatariamente na data, mas atual e rica no conteúdo, como toda sua obra.   
Semana apertada, acabou passando despercebida a mim.... (logo eu, tão ligada em datas!!!).  Somente hoje cedo "caiu a ficha".  Aliás, nem caiu sozinha, precisei da habilidade e gentileza de um amigo - também seu admirador - para lembrar, a quem agradeço aqui.
Vale lembrar, nesse momento, não somente trechos de sua obra, mas seu jeito discreto/mineiro de ser, laureado e imortalizado em sua excepcional produção.  
Obrigada mais uma vez e sempre, poeta!!!

"(...) Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos.
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada
no espaço.
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave? (...)"
Procura da poesia, Carlos Drummond de Andrade.

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