quinta-feira, 20 de março de 2014

O Golpe - 50 anos depois

Exposição ‘O Golpe - 50 Anos Depois’, que entra em cartaz no sábado, relembra os Anos de Chumbo

O Brasil acordou dividido na manhã de 1º de abril de 1964. O rádio anunciava que o presidente João Goulart fora deposto pelas Forças Armadas, com o apoio de diversos setores da sociedade civil. Iniciava-se um período de autoritarismo, violência e opressão que duraria duas décadas. É para relembrar o contexto histórico, compreender e pensar sobre os seus desdobramentos, que entra em cartaz no próximo sábado a exposição ‘O Golpe — 50 Anos Depois’, no Armazém 6 do Cais do Porto.

A mostra ocupa dois mil metros quadrados, em 12 salas. Cada espaço destaca um tema. Fotografias, vídeos, textos, instalações e até intervenções cênicas são os elementos utilizados pelo diretor de arte da exposição, Luiz Fernando Lobo, para percorrer as memórias do passado: “Tem a sala de 64, a de 68, a sala só sobre celas e prisões, a sala da América Latina. Há fones para ouvir depoimentos, além de vídeos e fotografias”.



A mostra destaca, ainda, o período anterior ao golpe. “Há uma espécie de arena que reproduz um pouco o clima do final dos anos 1950 e início da década de 1960. São frases, fotos, vídeos espalhados em um mosaico de 14 TVs”, adianta o diretor. Entre os depoimentos, os de líderes internacionais, como Che Guevara e Fidel Castro, além de João Goulart, Leonel Brizola, Costa e Silva, Castelo Branco e Darcy Ribeiro.

‘O Golpe — 50 Anos Depois’ terá exibição de filmes, em um cinema com 70 lugares. Entre as atrações, ‘O Dia Que Durou 21 Anos’, de Camilo Tavares, que retrata a participação dos Estados Unidos na arquitetura do golpe de 1964. Haverá leituras dramáticas de peças teatrais como o clássico ‘Eles Não Usam Black-Tie’, de Gianfrancesco Guarnieri, além da remontagem do show ‘Opinião’.

As cartas dos que morreram ou desapareceram na ditadura ampliam a dramaticidade da mostra. “Elas foram escritas na prisão ou no exílio”, diz Luiz Fernando. A abertura, no sábado, está marcada para as 17h. A visitação é gratuita e vai até 13 de abril, sempre de quarta a domingo, das 14h às 21h. Na semana em que o golpe completa 50 anos (incluindo os dias 31 de março e 1º de abril, segunda e terça, respectivamente), haverá uma programação especial com debates e palestras e audiências da Caravana da Anistia.

Por: Beatriz Inhudes
In: http://odia.ig.com.br/noticia/brasil/2014-03-20/percorrendo-as-memorias-do-passado.html

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