Hoje, 13 de maio, Dia das Mães. Também dia de Nossa Senhora de Fátima e da assinatura da Lei Áurea cuja finalidade era, "por decreto", acabar (?) com a escravidão neste país.
Para todas as mães e filhos (as), para os cristãos e não cristãos, para todos os que, diariamente, se esforçam para ser/permanecer livres e para aqueles que ainda não descobriram que este é um direito inalienável do homem, condição primeira da nossa existência, um lindo domingo e uma pequena reflexão, a começar por Cecília Meireles, seguida de um poema que escrevi alguns anos atrás, cujo questionamento ainda vale.
"...Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda..."
Cecília Meireles
ABOLIÇÃO, MAIS DE UM SÉCULO
Há mais de um século abolida,
Foi-se a escravidão.
Não mais navios negreiros, chibatas,
Senzalas, não mais opressão.
Não?!!!!
Enquanto ao senhor divertia,
Ao negro escravo a capoeira
Tinha outra serventia.
Era grande o seu empenho,
Pois que honra e liberdade
Pretendia, com engenho,
Recuperar algum dia!
Tantos anos se passaram...
Através da luta e da lei,
As marcas da servidão
Dessa terra se afastaram.
Os homens livres, no entanto,
Não sei se, de fato, avançaram...
Volta e meia estão lutando,
Com talento e energia,
Ora, ora, quem diria?
Não pra adiante ir andando:
Pra tentar não perder, porém,
Os louros que foram ganhando.
Sem falar do preconceito
Que zomba da igualdade.
Faz parecer que só alguns
Têm direito à dignidade!
Há mais de um século abolida,
Foi-se a escravidão.
Não mais navios negreiros, chibatas,
Senzalas, não mais opressão.
Não?!!!!
Pela manhã, bem cedinho,
Ele sai pra trabalhar.
Se o ônibus vem cheio, ou demora,
Não tem do que reclamar.
O vizinho, se pudesse,
Iria no seu lugar!
Além desse, tantos outros,
Que não dá nem pra contar.
Pouco importa se, na volta,
À noitinha, tão cansado,
Com os filhos mal conversa
E se assusta com as contas,
Enormes pro seu salário.
É um privilegiado,
Comprova, diariamente,
Ouvindo o noticiário.
Não há emprego pra todos!
Há liberdade na procura
E, na resposta, um não,
Até número virar!
Apesar de único, singular,
Sua dor, fome, angústia,
Na estatística não têm lugar!
Há mais de um século abolida,
Foi-se a escravidão.
Não mais navios negreiros, chibatas,
senzalas, não mais opressão.
Não?!!!!
Maria Virginia Claudino
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