Educação em greve, mudanças, certezas e incertezas...

        Mais de 50 universidades públicas federais em greve.  Como todo ato humano, carregado de incertezas quanto a seus resultados e desdobramentos.  Se, por um lado, não temos controle ou certeza sobre o que virá, por outro temos algumas certezas que nos animam a seguir em frente, a brigar e bradar por nossos ideais (que nem são originais, mas históricos).  Nesse caso, tão originais quanto a ideia: de escola; de universidade; de justiça social; de dignidade pra quem estuda e pra quem trabalha, pra quem paga impostos e pra quem elege aqueles mesmos que nos desconsideram em nossas reivindicações mais justas.  

       Quando a educação para, na verdade, interrompem-se as aulas e as atividades, não o processo educativo que continua acontecendo em cada assembleia, cada pronunciamento, cada esquina em que ideias e ideais se encontram.  Das certezas que trazemos, ficam a possibilidade de alimentar nossas esperanças e a de dar aquele passo a mais, mesmo quando o cansaço vem e, com ele, a sombra do desencanto:

- O saldo está na batalha, não no número de vitórias ou derrotas: a história dos trabalhadores tem sua construção forjada na luta;

- A mudança é uma das maiores permanências da existência humana sobre a Terra.

        Em tempo de greve, certezas e incertezas, vale lembrar o sempre atual:

Mudanças

O tempo pôs a mão na tua cabeça e ensinou três coisas.
Primeiro: você pode crer em mudanças quando duvida de tudo,
Quando procura a luz dentro das pilhas,
O caroço nas pedras, a causa das coisas, seu sangue bruto.

Segundo: você não pode mudar o mundo conforme o coração.
Tua pressa não apressa a História.
Melhor que teu heroísmo,
Tua disciplina na multidão.

Terceiro: é preciso trabalhar todo dia, toda madrugada
Para mudar um pedaço de horta, uma paisagem, um homem.
Mas mudam, essa é a verdade.

 ( Domingos Pellegrini Jr.)