quinta-feira, 12 de julho de 2012

Anísio Teixeira e Pablo Neruda, aniversariantes do dia

      Em Caetité, na Bahia, nascia, aos 12 de julho de 1900, aquele que seria mais tarde o grande educador Anísio Teixeira, um dos principais protagonistas do movimento Escola Nova.
     Anísio foi defensor intransigente da escola pública de qualidade como o grande instrumento que permitirá ao país dar o grande salto para a sociedade democrática e menos desigual que desejamos.
   Partilhava, com outros grandes nomes da educação brasileira - cujas ideias orientam teoricamente os grandes pensadores da educação - como Florestan Fernandes, Lourenço Filho, Cecília Meireles, Darcy Ribeiro a utopia da escola pública universal, laica e gratuita.  Cabe lembrar que a utopia desses grandes mestres é aquela, não do irrealizável, mas aquela que se busca incansavelmente e se constrói no exercício da prática comprometida - a utopia que permite ir além, para além do presente, para além dos obstáculos, para além dos limites impostos pelo prosaico do dia a dia, para penetrar o terreno da poesia, que dignifica, engrandece e traz beleza à vida e à sociedade que dela bebe.
      "O mestre do amanhã, reunirá as funções de preceptor e de sacerdote. Ele será o sal da terra, capaz de ensinar-nos, a despeito da complexidade e confusão modernas, a arte de vida pessoal em uma sociedade extremamente impessoal".(Anísio Teixeira)
    Considerado um dos maiores poetas de língua espanhola, o chileno Pablo Neruda nasceu em Parral, aos 12 de julho de 1904.  Pablo Neruda foi o pseudônimo que Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto adotou na adolescência, inspirado no cantor checo Jan Neruda.
    Cantou as angústias e condições do povo latino-americano e seus movimentos libertários.  Também cantou o amor... Em 1971, recebu o  Prêmio Nobel de Literatura.
Para brindar seu aniversário de nascimento, um fragmento do texto Palavras, forte e suave, rico e envolvente, encantador, como suas demais composições:
 
... Sim Senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam ... Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as ... Amo tanto as palavras ... As inesperadas ... As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem ... Vocábulos amados ... Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho ... Persigo algumas palavras ... São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema ... Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas ... E então as revolvo, agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as ... Deixo-as como estalactites em meu poema; como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes da onda ... Tudo está na palavra ... Uma idéia inteira muda porque uma palavra mudou de lugar ou porque outra se sentou como uma rainha dentro de uma frase que não a esperava e que a obedeceu ... Têm sombra, transparência, peso, plumas, pêlos, têm tudo o que ,se lhes foi agregando de tanto vagar pelo rio, de tanto transmigrar de pátria, de tanto ser raízes ... São antiqüíssimas e recentíssimas. Vivem no féretro escondido e na flor apenas desabrochada ...

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