quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cora Coralina, aniversariante de agosto

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.  Assim foi registrada aquela que, nascida aos 20 de agosto de 1889, somente muito mais tarde se descobriu poeta.   Nem por isso sua entrada no mundo literário ficou prejudicada.  Ao contrário, tornou-se a grande poeta do estado de Goiás e, consequentemente, um dos patrimônios do povo brasileiro.

Seu primeiro livro foi lançado em 1965, quando tinha 76 anos.  Em 1976, aos 87 anos, lança "Meu livro de Cordel" e, em 1983, "Meu vintém de cobre - meias confissões de Aninha", que motiva Drummond a lhe enviar uma carta, na qual manifesta a admiração pelo seu trabalho.

"Minha querida amiga Cora Coralina: Seu "Vintém de Cobre" é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia ( ...)."

 

 

Não sei - Cora Coralina

Não sei ... se a vida é curta
ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita.

Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
é o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
não seja curta,
nem longa demais
Mas que seja intensa
Verdadeira, pura ...
Enquanto durar.

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