quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cazuza, pro dia nascer feliz!

Nesse mês julho de 2014, completam 24 anos que ele nos deixou, então com 32 anos.  Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza.  Irreverente, irrequieto, intenso. Grande.  Poeta.
Como homenagem, exatamente agora em julho finalizamos a Copa do Mundo no Brasil, fazendo bonito ao nos mostrar ao mundo, como conclamou há mais de 20 anos: "Brasil, mostra a sua cara".  Mostramos, Cazuza.  E foi bonito de ver e sentir.  Deu tudo certo.  O que deu errado foi o desempenho da nossa seleção de futebol, mas isso faz parte do esporte.  Em nenhum momento desmerece ou desqualifica a nação hospitaleira, alegre e criativa que constituímos.  O mundo inteiro pode ver e se encantar conosco.
Do release do recente espetáculo “Pro dia nascer feliz”, a que tive a felicidade de assistir em fevereiro último, no Theatro Net Rio, com texto de Aloísio de Abreu, direção geral de João Fonseca e produção de Sandro Chaim, copio aqui:
“Não quero que me imitem.  Não quero ninguém atrás de mim.  Tenho muito medo de ser porta-voz de qualquer coisa.  Nesta declaração de 1988, Cazuza já profetizava o inevitável.  O talento instintivo e avassalador, o temperamento explosivo, a linguagem única e libertária fizeram dele um ícone sem precedentes na cultura contemporânea produzida no Brasil.  Muito mais do que isso: ainda que à revelia, foi, mesmo sem pretender sê-lo, o grande cronista da juventude brasileira dos anos 80”.
Em “te trago mil rosas roubadas” e “eu vou parar de respirar se você não me notar”, evidencia seu jeito “exagerado”, intenso de ser.  Não é à toa que, vinte e quatro anos após a sua morte, difícil sintonizar numa rádio e não ouvir uma de suas canções, seja através de sua voz ou (da voz) de outros.
Como quem sabe que o tempo não para, escreveu coisas como: Eu não tenho data pra comemorar, as vezes os meus dias são de par em par, procurando agulha no palheiro”.  E ainda: “dias sim, dias não, eu vou sobrevivendo sem um arranhão da caridade de quem me detesta”.
Da suavidade do seu mal disfarçado romantismo, deixou escapar: “que só eu que podia, dentro da tua orelha fria, dizer segredos de liquidificador” ou “é que eu preciso dizer que te amo, te ganhar ou perder sem engano”.
Passou para outra dimensão, mas aqui estamos, ainda nos maravilhando, nos encantando com suas composições, tão poeta, tão Cazuza!


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