6 de maio é o Dia Nacional da Matemática. Não poderia deixar passar em branco!
A data foi escolhida por ser o aniversário de nascimento de Malba Tahan, pseudônimo do professor Júlio César de Mello e Souza, autor, em outros, do famoso "O Homem que calculava", traduzido em doze idiomas. O livro apresenta, de forma romanceada, alguns problemas, quebra-cabeças e curiosidades da matemática.
A matemática apresentada como bicho-papão ou como sinal de inteligência superior aos que a dominam, felizmente está perdendo a vez.
Malba Tahan fez sua parte para desmistificar tais ideias. Desde 2004 foi instituído do Dia Nacional da Matemática e nós, no cotiadiano escolar, podemos - e devemos - encorajar as crianças, adolescentes, jovens e adultos a dar, pelo menos, um "crédito de confiança" à Matemática. Falar que a Matemática está presente em inúmeras atividades na vida de cada um de nós já é lugar comum. Falta às escolas mostrar que ela pode ser divertida, que a história da matemática é parte da história da humanidade em sua busca de conhecimento e crescimento.
Já conhecido poema de Millor, reproduzimos aqui para marcar a data. Considero genial, mas sou suspeita, pois além da Matemática, gosto também muito do Millor!
Poesia Matemática
Às folhas tantas do livro matemático um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a, do Ápice à Base, uma figura ímpar: olhos rombóides, boca trapezóide, corpo octogonal, seios esferóides. Fez da sua uma vida paralela à dela até que se encontraram no infinito. "Quem és tu?", indagou ele em ânsia radical. "Sou a soma do quadrado dos catetos. Mas pode me chamar de Hipotenusa." E de falarem descobriram que eram (o que em aritmética corresponde a almas irmãs) primos entre si. E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas, círculos e linhas sinoidais nos jardins da quarta dimensão. Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas e os exegetas do Universo Finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. E enfim resolveram se casar, constituir um lar, mais que um lar, um perpendicular. Convidaram para padrinhos o Poliedro e a Bissetriz. E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro sonhando com uma felicidade integral e diferencial. E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos. E foram felizes até aquele dia em que tudo vira afinal monotonia. Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum Freqüentador de círculos concêntricos, viciosos. Ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum. Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade. Era o triângulo, Tanto chamado amoroso. Desse problema ela era uma fração, a mais ordinária. Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade como aliás em qualquer sociedade. |
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