segunda-feira, 7 de maio de 2012

Dia Nacional da Matemática

 6 de maio é o Dia Nacional da Matemática. Não poderia deixar passar em branco! 
A data foi escolhida por ser o aniversário de nascimento de Malba Tahan, pseudônimo do professor Júlio César de Mello e Souza, autor, em outros, do famoso "O Homem que calculava", traduzido em doze idiomas.  O livro apresenta, de forma romanceada, alguns problemas, quebra-cabeças e curiosidades da matemática.
A matemática apresentada como bicho-papão ou como sinal de inteligência superior aos que a dominam, felizmente está perdendo a vez.
Malba Tahan fez sua parte para desmistificar tais ideias.  Desde 2004 foi instituído do Dia Nacional da Matemática e nós, no cotiadiano escolar, podemos - e devemos - encorajar as crianças, adolescentes, jovens e adultos a dar, pelo menos, um "crédito de confiança" à Matemática.  Falar que a Matemática está presente em inúmeras atividades na vida de cada um de nós já é lugar comum.  Falta às escolas mostrar que ela pode ser divertida, que a história da matemática é parte da história da humanidade em sua busca de conhecimento e crescimento.  
Já conhecido poema de Millor, reproduzimos aqui para marcar a data. Considero genial, mas sou suspeita, pois além da Matemática, gosto também muito do Millor!

Poesia Matemática
Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a, do Ápice à Base,
uma figura ímpar:
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo octogonal, seios esferóides.
Fez da sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar,
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
Freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
Tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e por colaborar conosco! Continue participando!